segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Último dia

A gente nunca sabe qual vai ser nosso último dia até ele chegar.
É estranho pensar assim em como vai ser nosso último dia, a gente trabalha, sai, dorme, vai no médico quando precisa, mas a gente nunca sabe quando alguma coisa pode acontecer e mudar toda a nossa vida ou simplesmente quando determina nosso último dia aqui.
Para mim, o ano de 2014 começou perto da minha família, costumamos sempre a nos reunir para passar juntos esses momentos importantes.
Eu estava de férias coletivas do trabalho e viajamos para outra cidade com muitos familiares para a passagem do ano. Foi muito bom, muita comida, muitas risadas, muitas lembranças. E de repente com um sorriso, veio uma preocupação.
Após o primeiro dia do ano, comecei a sentir uma dor, que parecia ser um leve desconforto, tomei alguns remédios achando que não era nada de mal e ia passar. Depois disso, me despedi dos meus familiares, cada um seguindo seu rumo, e fui para o meu apartamento para aproveitar os últimos dias de férias do trabalho com outra companhia.
A dor que parecia leve começou a aumentar, e depois de várias idas ao hospital, comecei a me sentir perdida, sem saber o que fazer, afinal como eu ia voltar a trabalhar daquele jeito? Estava na hora de eu tomar atitude, foi a outro hospital e aí o meu problema começou realmente a aparecer.
E o tempo que estava demorando e custando a passar começou a acelerar em uma velocidade que só de lembrar fica difícil de acompanhar.
Nunca fui atendida tão rápido, em um minuto sai do táxi, em outro estava já sendo examinada, no outro estava sendo medicada, no outro estava fazendo exames mais específicos e em outro já estava com uma roupa para a cirurgia e no outro... o último que eu me lembro com clareza estava me despedindo das pessoas que estavam comigo no momento. E depois disso tudo apagou. Aquele momento podia ser meu último.
Quando acordei me informaram que eu estava na UTI, me fizeram algumas perguntas, eu estava confusa, com medo e sem ter ideia do que havia acontecido comigo. Cheia de aparelhos, com dores e sem conseguir me mexer direito. Acordei dias depois do que eu me lembrava.
Fui uma exceção em um problema que não costuma dar em jovens. Um problema grave de saúde. Os médicos disseram que eles quase me perderam, que foi muito difícil. Eu quase morri e nem sabia que podia acontecer isso, era só uma dor, mas foi muito mais sério do que qualquer um podia imaginar.
Após eu recuperar meus sentidos e entender a gravidade da situação me informaram que após a cirurgia eu precisei ser encaminhada para UTI onde fiquei em coma induzido por alguns dias.
O caso foi sério e durante todo esse ano estou em processo de recuperação, fiz algumas cirurgias, tratamentos e agora estou bem, tudo graças a Deus que me devolveu a vida. Ele nos deu a vida, Ele nos tira. E Ele me devolveu a vida, me concedeu uma nova chance.
Foi difícil, mas eu sobrevivi. Hoje não me vejo apenas como aquela garota do início do ano, e sim como uma sobrevivente, tenho marcas que me lembram todos os dias que ainda estou aqui.
E isso me fez perceber que a gente nunca sabe quando vai ser nosso último dia, não temos nem ideia, e não tem como se preparar para isso, ele pode acontecer a qualquer hora.
O que você faria se soubesse que iria ser seu último dia? Eu não sei o que faria, mas passar os últimos dias com a minha família e do lado das pessoas que amo me pareceu ser uma boa maneira de se despedir.
Esse ano eu só tenho a agradecer a Deus pela vida, tem tantas coisas que ainda quero fazer e fico adiando, que está na hora das ideias saírem do papel e eu fazer acontecer, já que agora estou bem.
Então pare de reclamar, de dar desculpas e de adiar seus planos.
O ano está quase chegando ao fim e você o que está fazendo para mudar?
Chega de clichês achando que só por mudar o ano tudo vai melhorar.
Quem tem que melhorar é você, não pense no último dia do ano porque isso acontece todo ano, mas pense no seu último dia, isso você não sabe quando vai ser.
Então para de criar expectativas em falsas promessas e faça acontecer, faça seus planos saírem do papel.
Procure sempre estar rodeado de pessoas que te amam e que te façam bem.
E agradeça todos os dias de vida.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Relacionamentos: Prazer ou negócios?

Até onde vai o amor? E quando ele se transforma em uma oportunidade? Ou sempre foi?
Muitas pessoas hoje estão em relações cômodas, aceitáveis, onde buscam seus interesses e compatibilidades e por isso transformam a relação em um negócio de sucesso.
Mas é isso mesmo? As relações de hoje são baseadas em interesses ou amor?
Comecei a pensar nas relações que vivi, nas relações que conheço, nas que eu vejo. E não sei se me inspiro ou começo a me preocupar.
Por que as pessoas se acomodam com uma felicidade ilusória, pela metade, o fato de se sentir bem apenas basta? O amor é apenas um estado de humor do dia?
Até onde vale a pena aguentar uma relação baseada em negócios?
O amor passou da moda e agora a tendência são relações de negócios?
Um exemplo, sem citar fontes, uma relação com diferentes pesos e medidas:
A garota tem seu próprio apartamento, sua rotina, seu trabalho. E o garoto teve suas complicações na vida, rompimentos ruins e uma relação conturbada com seus pais, ambos se gostam, possuem química e buscam estabilidade em uma relação.
A garota gosta demais, e o garoto diz também gostar. Ambos acreditam que é amor (ou querem acreditar?). O garoto quer se mudar, diz que vai para onde ela vai, e começa a trabalhar na cidade que ela quiser, mas quando as coisas ficam difíceis ele sempre foge, para a casa dos pais ou para qualquer lugar.
O garoto que ir depressa e já quer casar, afinal a garota já tem casa pronta e ele tem tudo para recomeçar. Mas a garota quer ir com calma, há muitas responsabilidades e detalhes para acertar, e pra ser sincera, a garota ainda não tem total segurança nos objetivos e promessas do garoto, cada hora ele quer ir para outro lugar! (se é amor vale a pena esperar?). O garoto não quer esperar, a garota sim, chegaram a um impasse, e o garoto diz que se não for prosseguir é melhor terminar, que ele vai encontrar alguém que queira os meus objetivos que ele (ou que aceite as exigências dele?).
Com o tempo, a realidade veio tomando seu formato, a garota percebeu que apenas era uma opção, a mais viável para os objetivos dele, mesmo com química, sentimentos e a história dos dois, a relação não era uma troca justa, não era baseada no amor, e sim em negócios e oportunidades, o que era conveniente no momento. Ele queria uma oportunidade para recomeçar a vida dele e ela queria apenas o amor.
Resultado: Ele vive em busca de oportunidades (relações afetivas que ofereçam o que ele quer), quer encontrar alguém, podendo ser qualquer pessoa disposta a se casar, fazendo com ele tenha seu próprio lugar. Ela ainda sofre por ele, mas está segura de suas escolhas e enxerga agora que não era amor e sim negócios para ele. Ele quer ainda manter contato com ela, mas ela não, ela não aceita mais ser considerada uma opção e ainda acredita que a relação pode sim se basear em amor.
Não sei no que você acredita ou o que espera, por isso antes de entrar em uma relação veja se a base é a mesma que procura. Não aceite menos do que merece receber.
Já eu? Acredito em sentimentos verdadeiros, em pessoas verdadeiras e que ainda existe exceção nessa realidade nos relacionamentos de hoje.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Nós e os Ex’s

Por que esquecer alguém é tão fácil na teoria, mas tão difícil na prática?
Existem várias teorias para superar o relacionamento, como: partir para outra, sofrer e chorar o quanto for necessário, apagar as evidências, bloquear qualquer contato, transformar o relacionamento na amizade, brigar e discutir com a pessoa para se sentir melhor, pensar nas coisas negativas, sofrer todas as fases do luto (negação, raiva, negociação, depressão e aceitação), ou nenhuma das alternativas?
Existe então alguma fórmula mágica? Ou essas alternativas funcionam de fato?
Cada um tem o seu ritual para esquecer o ex, utilizando uma alternativa ou mais ao mesmo tempo, mas e quando não funciona? Pois, existem pessoas mais difíceis de esquecer, sentimentos mais intensos, rompimentos mais drásticos... o que fazer então?
Cada relacionamento é complexo a sua maneira. No meu último, entre idas e vindas durante alguns anos e vários momentos que foram importantes e crucias na vida de cada um, cada término não parecia significar um adeus, até esse último que foi necessário para enfim chegar ao ponto final.
Quando terminamos reagimos de formas diferentes, para ele uma explosão, para mim uma calmaria. O problema disso é que a explosão acaba e depois da calmaria sempre vem a tempestade...
Para ele, as alternativas para seguir em frente foram: algumas fases do luto como raiva e negociação, e outras como brigar, partir para outra, apagar as evidências e tentar ser amigo (a justificativa de ser amigo é válida para quando um relacionamento tem muita história, muito sentimento e muita dor?).
Resumindo, um dia antes de eu operar ele me ligou (depois de tempos sem notícias), dizendo que queria me ver, que estava arrependido e me amava. “Qual é né, ele sabia que eu ia operar e me ligou justo um dia antes, depois de tudo que passei, ele queria se mostrar solidário ou confundir minha cabeça, por que não foi solidário antes?”.  Para mim foi difícil ouvir a voz dele, eu não estava em um ambiente agradável, eu estava vulnerável e com medo da cirurgia. Não foi justo.
Bom depois que ele ligou, não sei se foi por causa do medo da cirurgia ou por existir sentimentos guardados, eu concedi o benefício da dúvida para saber as reais intenções dele. E resultado: nada. Ele deixou claro que havia se arrependido, mas me colocou a culpa por muitas vezes não querer ver ele para falarmos sobre reconciliação, que ele agora era um cara vazio e frio por minha causa, depois quando eu questionei que ele já havia partido para outra e do porque disso tudo, porque falar comigo agora, ele me explicou que teve outras pessoas, mas não relacionamentos porque eu não queria mais ele, mas que não tinha nada a ver com conexão espiritual e era só físico, aff!
Quando se é solteiro ou acaba de sair de um relacionamento e quer esquecer o ex ok usar essa explicação. Mas quando você diz que ainda ama e que tem esperança de voltar isso é muito contraditório. Afinal ele tinha encontrado alternativas para esquecer e não funcionou ou ele ainda tem expectativas?
Para mim o início do término foi diferente, eu enxerguei que a relação estava trazendo o pior de cada um, por isso quando terminou me senti mais leve, claro que chorei e sofri bastante, ele é uma parte significativa da minha vida.
Depois dessa fase começou o mix de alternativas, apagar as evidências para não sofrer pensando no que eu não teria mais, bloquear no início para evitar a tentação de falar com ele, e é claro as fases do luto: negação, raiva, negociação, depressão, em ordens aleatórias e repetidas, e a aceitação estou trabalhando nisso. Eu não parti para a outra como ele, surgiram oportunidades e eu até tentei partir, mas não estava pronta ou simplesmente não queria.
Depois dessa última conversa com ele, ficaram claros que os motivos que levaram ao término ainda faziam sentido e nós dois estávamos diferentes, nós mudamos com o tempo, cada um seguiu um caminho que achou necessário para superar a relação, mesmo ainda não tendo superado de vez. Foi a decisão certa.
Mas por que ainda é tão difícil nos desligarmos de vez? Não tenho a resposta certa e nem a fórmula mágica.
Ainda utilizo algumas alternativas para ajudar a seguir adiante, assim como ele, mas em caminhos separados, e agora mais firme nas minhas escolhas e ações.
Acredito que, mesmo que o caminho pareça longo, o mais certo a fazer, é enxergar os motivos que fizeram a relação acabar, nas pessoas que vocês eram e nas pessoas que se tornaram depois do término. Que mostraram quem realmente são, todos os seus lados, bons e ruins. E mais nos sentimentos e ações que revelaram para você e para a pessoa o que realmente cada um quer e precisa. 
E depois de tudo isso, não vou dizer que fica mais fácil, porque sofrer faz parte do processo muitas vezes, mas depois de tudo fica mais claro você aceitar que é preciso seguir adiante e começar a praticar alternativas que te ajudem, leve o tempo que for.
Não é uma fórmula mágica, mas é uma boa teoria.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Que idade você tem?

Quando a gente é mais novo fazemos questão de contar a todos e mostrar nos dedos nossa idade, quando estamos jovens nos orgulhamos de mostrar especialmente para comprar bebidas e entrar em locais que antes não podíamos ir. Mas na medida em que ficamos mais velhos disfarçamos ou evitamos a pergunta. Mas por quê? Não é uma comemoração cada ano que completamos? É motivo de vergonha ou orgulho nossa idade?
Pensando nesse assunto comecei a lembrar de todos que conheço, crianças, adolescentes, jovens, adultos e adultos há mais tempo...
Existem muitos adolescentes hoje querendo ser mais velhos, e muitos adultos querendo voltar a juventude. É uma contradição ou isso tem total sentido?
Com o tempo amadurecemos, é claro, é comum nos sentirmos mais saudosos, principalmente saudades da época onde não tínhamos muitas preocupações e responsabilidades. Mas você gostaria de voltar? Não estou falando do fato de hoje podendo olhar para trás podermos corrigir nossos erros ou viver tudo de novo, isso não, mas voltar sem saber de nada, fazendo exatamente tudo que fizemos. Você gostaria?
É claro que por um lado é uma tentação, mas olhando para o hoje, tantas coisas aconteceram, eu, por exemplo, já tenho minha graduação, sou mais independente, tenho meu apartamento, amigos, família. E isso tudo é muito bom. É claro que sinto saudade da época em que eu não tinha tantas preocupações e responsabilidades. Mas cada fase da vida temos que aproveitar e viver intensamente, sem olhar para trás e sem ficar querendo saber o futuro.
Pensando em idades, saí essa semana com a minha tia, eu com a idade jovem podemos dizer assim e solteira, e ela mais adulta e viúva. Fomos a um barzinho com música ao vivo. A banda tocou muitos sucessos antigos.
Essa minha tia é um exemplo de que a idade não importa, que nós fazemos a nossa idade, claro que sempre com responsabilidade. Mas ela é topa tudo e uma companhia ideal para bons e maus momentos. Ela sempre procura fazer o seu melhor e viver (de verdade e não do modo apenas existir) cada dia.
Com o passar da noite, comecei a calcular nossas idades. Eu no início parecia estar mais velha, pois estava mais observando o lugar, não estava completamente entregue ao momento, estava preocupada com muito barulho. E ela parecia uma adolescente, estava super feliz, cantando os sucessos, rindo e se divertindo.
E isto me fez perceber que a nossa idade não diz quem nós somos, muitas vezes é apenas um detalhe. E temos que aproveitar todas as oportunidades e momentos, sem ficar pensando no passado e começarmos a viver de verdade, e não só existir.
A partir desse momento comecei a levar mais a sério esse pensamento. E mudou minha noite.
Comecei a relaxar e aproveitar tudo, o som, a comida, a companhia, as músicas. E no final da noite estávamos as duas lá cantando, se divertindo. Foi uma noite incrível. E comecei a enxergar com outros olhos o futuro e parei de ficar tão conectada ao meu passado. Foi só uma questão de se entregar e viver cada dia.
Resultado: ficamos até a banda ir embora e nem vimos o tempo passar.
Por isso, a idade não é motivo para nos preocuparmos.
Nossa idade não nos define, nós que a definimos.
Então pensando nisso, quantos anos você tem hoje?

domingo, 14 de dezembro de 2014

Frases clichês

Quem nunca ouviu ou nunca disse uma frase clichê na vida?
Parei para pensar nelas e se realmente fazem sentido, e por que dizemos se nem acreditamos nelas por completo?
Para começar algumas comuns em relacionamentos, términos, ou espera de um grande emprego:
“Se for para dar certo vai dar, se for para ser seu vai ser” (ok).
Claro que em tudo na vida as coisas acontecem no tempo certo, mas você também não pode ficar esperando que tudo caia de mão beijada, você precisa se movimentar, fazer o seu melhor, demonstrar o que realmente quer e lutar por isso muitas vezes.
“Deixe todas as coisas que tem livres, se voltaram é porque realmente pertenceram a você” (e mais bla bla, que eu nem lembro direito a frase completa).
Você deixa o seu cachorrinho livre se ele nem sabe voltar para casa? Na boa, é legal pensar que as coisas ou pessoas voltam para você um dia, mas você vai ficar esperando até quando isso acontecer? Se você quer, corre atrás, não deixa ir embora, nem todos encontram o caminho de volta, às vezes é preciso guiar.
“Se você não aproveitar essa oportunidade, outra pessoa vai aproveitar por você” (ok, é a vida, o que pode ser velho pra você pode ser novo para alguém, se você não comprou outra pessoa vai comprar, se não foi outra pessoa vai, me fala agora a novidade dessa frase tão óbvia?).
Pare de pensar com arrependimento nessa frase, pensando no que poderia ter sido, mas pense diferente, vai que aquela realmente não era a sua oportunidade e sim de outra pessoa, vai que se livrou de uma e vai surgir algo muito melhor, também faz sentido se enxergar por esse lado.
“Quando uma porta se fecha outra se abre” (sério mesmo? Quando eu fecho a porta de casa não tem uma porta secreta que dá para outro caminho).
Às vezes nós simplesmente queremos fechar a porta e não queremos que outra se abra, queremos parar um tempo, respirar, para depois buscar novos caminhos.
Por que escutamos e buscamos seguir estas frases? Para nos sentir melhor em relação as nossas escolhas, nossa real situação, nossa realidade?
Ou melhor, por que ainda dizemos e repassamos esses clichês para outras pessoas? É uma forma de evitar dizer a realidade, tentar não magoar, tentar encerrar a conversa, estarmos cansados de dar conselhos ou por que é mais fácil uma frase pronta?
Tá na hora, não, já passou da hora, isso sim, de nos enganarmos e enganarmos aos outros e começarmos a dar nossa real opinião sem precisar de clichês e enfrentarmos a realidade que está bem debaixo dos nossos olhos.
Até mesmo porque a última bolacha do pacote sempre vem quebrada e isso não faz dela a melhor.

sábado, 13 de dezembro de 2014

Dica: Filmes são filmes!

Filmes são ótimos, muitos são grandes lições de vida, alguns até retratam casos reais, mas acredite filmes são filmes.
Nunca assista filmes, aqueles do tipo super dramáticos, com reviravoltas surpreendentes, amores impossíveis e grandes superações, quando você estiver com o coração partido, questões inacabadas ou problemas para se arriscar.
Claro que é importante sempre resolver as questões inacabadas, levar o tempo que for e fazer o necessário para juntar os pedaços de um coração partido e fazer a escolha certa, mas é preciso ter consciência, sobriedade e enxergar a realidade antes de qualquer ação.
Não leve a mal, o filme pode motivar, o que pode ser positivo. Mas muitas vezes pode ser a receita para um desastre.
Filme super dramático + um coração partido ou questões inacabadas + 2 horas depois = desastre
Falo isso, pela minha última experiência, assisti um filme muito bonito, dramático e bla bla bla, chamado “”Se eu ficar” (antes de tudo, recomendo, se quiser se emocionar). O filme mostra muitos assuntos inacabados, corações apaixonados e partidos, o que me fez confundir com a minha história e pensar, “nossa, isso é tão eu, parece que tá falando comigo” (cuidado essas palavras podem ser o início da sua ruína).
Ao final do filme, me senti incrivelmente inspirada a resolver meus assuntos inacabados, afinal amanhã pode ser tarde demais. Porém, o grande problema disso é você pode estar inspirado, mas e a pessoa que vai te ouvir? E mais outro problema: a inspiração vem do filme, ou você tem já uma solução?
Cuidado, não dê um passo em falso!
Resultado: fui falar com meu ex e resolver algumas questões, mas o problema era que eu não tinha mudado, ele também não, e como eu ia resolver se não tinha nem a pergunta e resposta inicial do problema? Eu falei, ele falou, e eu não pude dar a resposta que ele queria, ele não pôde dar a resposta que eu queria, os rumos já tinham sido tomados, mesmo tendo reviravoltas, momentos dramáticos em minha história similares ao filme, aquela inspiração de resolver o problema de corações apaixonados e partidos, de acabar por vez com os assuntos inacabados era só um momento causado pela febre do filme.
Digo febre, porque é algo que queima, é intenso, você pensa e acredita que aquele é o momento.
Mas depois que a febre passa, aquele estado dolorido do corpo passa também.
Alguns assuntos podem parecer inacabados por não terem solução, mas às vezes, é isso, a solução é essa, esperar passar e seguir em frente. Não existe receita para tudo.
Digo mais uma vez, que se você tiver assuntos inacabados, seja sobre a vida, coração, mudança, perda, arrependimento, qualquer que seja e puder resolver, resolva, pois é fato que amanhã pode ser tarde demais, mas tenha convicção do que vai dizer, é importante suas palavras estarem em sintonia com seus sentimentos e ações, contudo esteja também disposto a escutar e aceitar a realidade
Não espere que um filme mude a sua vida, claro que toda regra tem sua exceção.
Mas não viva através dos filmes, crie sua própria história.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Conto, ficção ou realidade?

E era uma vez...
Por que as histórias sempre começam assim, o antes não conta, a vida só começa a partir do era uma vez?
Pode ser o desejo de mudança, uma cidade, um coração partido ou um novo desafio, mas sempre que buscamos mudar o rumo ou esperar que algo grandioso aconteça começamos com era uma vez?
E o que houve antes, nossa bagagem, nossos erros, frustrações, o que quebrou o nosso coração não conta?
Fácil falar, agir como se estivesse em um novo capítulo, mas histórias são reais, pura ficção ou sonhamos contos só para nos ajudarem a dormir?
O que nos define são nossas escolhas, nosso passado, nossas consequências, ou o que fazemos depois de visualizarmos nosso era uma vez...?
Só de pensar em tantas definições nós na cabeça surgem. 
Não fiz tantas boas escolhas, errei, acertei, errei de novo, não sei você mas o meu passado me condena muitas vezes, cada dia que poderia ter sido diferente, cada noite, ah se eu tivesse coragem, ah se eu tivesse juízo, ah se eu soubesse do desastre. As escolhas e as consequências ficam, marcam, algumas até como cicatrizes.
É comum ver pessoas falando ah se eu soubesse que aconteceria isso, ou que não daria em nada, eu não teria perdido meu tempo se tivesse a sabedoria de agora, sério? Sério mesmo? Já pensei muitas vezes nisso, e sem esse clichê que através dos erros que aprendemos, muitas vezes insistimos nos erros, somos dependentes de muitos deles, quantas fichas apostou até acertar?
Por isso sem essa de dizer que agora é diferente, sempre acontece algo que nos puxa, não é? É uma doce ilusão acreditarmos no era uma vez, visando um futuro perfeito e brilhante.
Conto, ficção ou realidade, tanto faz, mas a vida tá passando enquanto sonhamos com algo que poderíamos ter sido, nos erros que cometemos, nas frases nunca ditas, chega.
Coragem, é preciso encarar quem nós somos, contando o antes, o agora e o depois, sem censura, sem cortes, um dia de cada vez. Faça uma escolha, pense diferente e tente manter o rumo por mais tempo possível...
É claro que ainda vão surgir arrependimentos, caminhos errados, pessoas erradas, corações partidos, mas também pode ser que tudo dê certo, pode ser que você consiga viajar pelo mundo, um emprego desafiador, um sonho realizado, um novo amor, só precisa acontecer uma vez, só é preciso um primeiro passo, fecha os olhos e vai.
O era uma vez é só uma frase que usamos para nos dar esperanças de que algo vai acontecer e mudar nossa história. Não podemos ficar esperando essa frase fazer efeito, não é uma fórmula mágica. 
Então recomponha-se, seja o seu vento, seu sol e apenas vá.
Crie uma nova versão do seu tão esperado era uma vez, mas sem censura e sem cortes.
Lets go, now!